Vocês provavelmente notaram que eu estive ausente durante alguns dias aqui no Instagram. Isso aconteceu porque eu precisava desse tempo ausente e essa é uma carta aberta sobre estar offline em uma era digital.
Quando o corpo pede, é necessário desacelerar… Fui internada algumas vezes durante os meses passados em que estive ausente. Algumas crises de saúde me levaram à necessidade de me afastar das minhas redes sociais, descansar e viver um tempo de qualidade no mundo real.
Pode parecer estranho no começo, afinal, para quem tem essa ligação com a internet, há um senso de compromisso com quem está do outro lado da minha tela, perguntando sobre mim ou esperando algum conteúdo meu. Entender que este compromisso não pode – e não deve – basilar toda a minha experiência diariamente foi um pouco difícil.
Mas depois, pude perceber o quanto esse afastamento também me foi benéfico. Há pouco tempo atrás, estava tendo crises de ansiedade pela necessidade de me fazer presente por aqui. Sentia que o tempo que tinha livre não era um tempo de qualidade, pois não há nada mais incômodo do que viver algo pensando em outra coisa.
Me desconectar me fez perceber o quanto a minha presença é importante. É importante para mim, para o meu autocuidado e para o meu autoconhecimento, pois pude me cuidar com atenção e respeito pelo meu corpo, que precisava de descanso. Também me fez entender o quanto é importante para os meus filhos e para o meu marido, já que o tempo que vivemos juntos e desconectados foi um tempo realmente de qualidade, com muito afeto e total acolhimento.
Eu não vim pregar uma vida de detox das redes sociais. Acho que essa é uma decisão particular de cada pessoa. Mas uma necessidade fisiológica me fez perceber que precisamos de um tempo no mundo real – e está tudo bem em estarmos ausentes no mundo digital.
Fiquei muito tocada e agradecida por todas as mensagens que recebi perguntando se eu estava bem ou indicando que estavam com saudade de mim no Instagram. Me senti à vontade para escrever esta carta sobre a minha ausência e sobre como ela me fez bem. Como ela me fez enxergar que, às vezes, exijo demais de mim mesma e nem sempre me retribuo com o descanso físico e mental que mereço.
Ausência é uma palavra que carrega um estigma, afinal, quando o outro é ausente, nos sentimos sozinhos. Contudo, algumas situações não são sobre nós, mas sobre o outro. Às vezes a sua ausência significa um período de reflexão de crescimento e de desenvolvimento pessoal. Vista de uma perspectiva positiva ela nos ajuda a nos reconectar com outros aspectos da nossa vida.
Espero que vocês entendam essa carta enquanto um agradecimento por todas as mensagens que recebi e um alerta de que precisamos viver mais offline e de maneira presente, com plenitude, com 100% de nós mesmos – que é o que merecemos e também aqueles que estão ao nosso redor cuidando da gente.
Com amor,
Paula
Deixe um Comentário