Não faça do “não” um vilão

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Quantas vezes você já ouviu um “não” como resposta?

Acho que, assim como eu, você não consegue enumerar a quantidade de vezes que sentiu aquela estranha frustração chegar ao receber uma resposta negativa. Mas o não, muitas vezes, é dito em prol do nosso bem-estar, segurança e necessidade de maturidade… Por que, então, somos tão avessos a ele?

A dificuldade reside no nosso maior medo: não sentir o acolhimento do outro. Por vezes, é desagradável escutar uma resposta negativa e ter que desfazer as expectativas criadas por nós mesmos ou até mesmo aquele incômodo sentimento de rejeição. Queremos sempre o que nos é agradável e vá de encontro com aquilo que sempre planejamos.

Mas dizer não e ouvir não são coisas boas e frutíferas, relacionadas não apenas ao ato de proteção – já que não podemos ou devemos nos desgastar, sempre dizendo sim às pessoas e situações que não nos fazem bem -, mas também ao de crescimento e evolução. Não é à toa que são os nossos pais as pessoas que mais nos dizem não, quando nos transmitem seus valores e impõem limites às nossas vontades.

Tornar o “não” um vilão diz muito mais sobre nós do que sobre o outro. E é preciso que nós ressignifiquemos essa pequena palavra, enxergando-a por um espectro de evolução e, também, gratidão.

Nós não podemos ter tudo no nosso tempo. É importante refletirmos sobre os nossos limites, tanto físicos quanto emocionais, e aprender a naturalizar os atos de ouvir e dizer não. O fundamental é sermos honestos, conosco e com os outros, sobre nossos pensamentos e sentimentos.

Particularmente, acredito que tudo ocorre por uma razão. Nosso destino, imprevisível, nos apresentará restrições. Lidar com elas faz parte do nosso processo de maturação. E exercer a gratidão pode tornar as coisas mais suportáveis, até que tenhamos aprendido a conviver com o sentimento de uma negativa.

Lembre-se: algumas vezes, aquele caminho não será o melhor para você. É triste receber um não após uma entrevista, de alguém querido, frustrar alguém que esperava nosso sim. Mas, lá na frente, poderemos olhar para trás e perceber que aquela pequena palavra com apenas 3 letrinhas também foi mais um degrau na escada que subimos, dia após dia, em busca de evolução.

Não a tornemos, portanto, uma vilã! Dizer não e aprender a recebê-lo é, também, um ato de amor próprio e respeito com a nossa trajetória.

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