Laços familiares: o que significa ‘família’ para você?

Laços familiares: o que significa ‘família’ para você?

Família. Às vezes, me pergunto como uma palavra tão pequena pode ter um significado tão intenso e diverso entre as pessoas.

Todos nós temos, em algum grau, uma necessidade de pertencimento. Se, na fase adulta, encontramos amigos com valores e gostos semelhantes para nos enturmar, na infância, nossa primeira “tribo” é a nossa família. Aqui, me refiro àquele núcleo familiar em que nascemos, dividindo uma ancestralidade e um sobrenome, que é nosso legado.

Se, nesta primeira noção de pertencimento, temos uma boa experiência, a influência disso nos segue por toda vida. Afinal, ali construímos os valores nos quais nos espelhamos e que iremos, de alguma maneira, passar adiante. Entretanto, se nesta fase nos deparamos com desestrutura e instabilidade, família acaba se tornando algo com um sentido diferente – e do qual tentamos, constantemente, nos afastar.

O que muda nisso tudo? A construção das relações – que também chamamos de laços – familiares. Não é porque nascemos e crescemos em um determinado núcleo que não precisamos trabalhar esses laços, apenas porque há uma ligação genética inegável. Se antes, o “sangue” falava mais alto, como as pessoas mais velhas gostam de dizer, hoje a nossa concepção de família é moldada pelos valores que acreditamos que uma família deva compartilhar.

Esses valores incluem empatia com o outro, respeito à sua individualidade, muito afeto, amor, segurança, confiança e amizade. Um exemplo: eu sou mãe, mas sei que os meus filhos, apesar de terem semelhanças em relação a mim e ao pai, são únicos e cada um tem seu jeitinho. Eu não apenas aceito isso, como valorizo essa individualidade, fazendo com que se sintam confiantes sobre si mesmos e seguros de que sempre terão um espaço de respeito e acolhimento no que eles consideram sua família.

Trabalhar isso nem sempre é fácil, afinal, uma transição de gerações exige de nós que apaguemos alguns hábitos, antes aceitos e hoje criticados, em relação aos nossos filhos. O que eu mais tenho lido sobre é a percepção da criança em relação ao castigo físico: imagina a dor psicológica de uma criança ao não entender porquê a pessoa que ela mais confia no mundo está aplicando a ela uma punição daquela proporção? As construções desses laços familiares passam, também, pelo respeito à integridade física do outro e ao seu processo de aprendizagem do que é certo e errado.

Por isso, tenha amor pela família que você construiu. Ela pode não ser a que você imaginou, mas se ela compartilha dos valores e sentimentos que constituem essa relação familiar, pode ter certeza que ela é válida. Pode ser aquela família “tradicional”, aquela família de amigos inseparáveis, a família de um casal apenas, a família que não tem pais, mas tem avós e tios, ou qualquer núcleo em que você se sinta acolhido, ouvido, respeitado e, claro, muito amado!

Aqui em casa, esses valores transformaram meus dias mais difíceis em dias mais leves, com sorrisos em meio ao caos. É essa sensação de pertencimento e acolhimento que eu desejo a cada um de vocês!

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