De geração para geração: como construir uma comunicação efetiva em família

De geração para geração: como construir uma comunicação efetiva em família

Quando somos mais novos, muitas vezes, é difícil entender nossos pais. E, quando somos pais, estamos nesse mesmo lugar tentando compreender nossos filhos.

Não é fácil. Muitos dizem que ao ter filhos, mais importante que o medo de cuidar de um bebê que é tão dependente, é pensar em formar uma pessoa. E essa frase não deixa de ter um fundo de verdade! Ambas as fases têm suas dificuldades e suas delícias, mas é realmente uma reflexão importante: como criaremos nossos filhos? E como lidaremos com quem serão nossos filhos?

Se existe algo que nunca podemos controlar do outro é o seu livre arbítrio. E isso acontece, também, dentro da nossa casa. É aquela velha história que já conhecemos: pais muito rigídos e excepcionalmente exigentes deixam sequelas na formação social e pessoal de seus filhos. E, muitas vezes, essas sequelas acabam gerando traumas que podem nos acompanhar pela nossa vida. 

Quando eu penso sobre isso – e eu penso cada vez mais, à medida que meus filhos crescem, chego à conclusão de que a chave de um bom relacionamento com a nossa família mora na comunicação. Não que essa seja uma tarefa fácil, afinal, como podemos construir um diálogo franco e aberto com eles, que pertencem à uma geração com costumes e liberdades tão diferentes das que tivemos?

Quem diz que a maternidade e a paternidade são fáceis estão completamente enganados. A cada minuto que passa, eles parecem crescer e amadurecer um pouquinho mais. Algumas vezes, me sinto até mesmo uma espectadora já mais velha, observando como eles se transformam e vão absorvendo cada um dos valores sobre os quais ensinamos aqui em casa. 

A comunicação entra exatamente na beleza e riqueza desse momento. Ela que nos permite ter equilíbrio entre a amizade e a autoridade com nossos filhos, possibilitando que eles nos vejam enquanto exemplo, mas também como alguém com quem eles podem contar em toda e qualquer situação. E não há nada mais importante nesta fase do que colocar em prática o que pregamos.

Por exemplo, se eu digo que a comunicação é essencial, me disponho a ouvir com atenção os meus filhos, seja em algo que, para a minha geração, pareça trivial, mas para eles seja de extrema importância. Eu valido seus sentimentos oferecendo uma escuta atenciosa e, quando necessário, conselhos ou um bom e velho colo de mãe. 

Se eu ensino sobre disciplina, eu mostro para eles a sua importância. Eles sabem que há horários para determinadas atividades, que é preciso ter uma boa rotina, que é preciso cuidar de si mesmo. Eles crescem rodeados disso, porque quero que meus filhos entendam sobre a importância do autocuidado e autoconhecimento. 

Mas não podemos confundir: autoridade não é autoritarismo. É preciso estabelecer regras e limites sim, pois na infância e adolescência aprendemos lições que levamos para o resto da vida, mas é preciso que estes não firam a individualidade e liberdade dos nossos filhos. Afinal, um lar se constrói com muito respeito ao espaço e sentimentos do outro!

E por aí, como está sendo a comunicação em família: com ou sem neuras? Eu acredito mais na eficiência da segunda opção! ♥