Sua saúde mental também pede “socorro”?

Sua saúde mental também pede “socorro”?

Muitos de nós sabem qual é a sensação de estar concentrado em algo e notar que se distraiu a ponto de perder o foco, não é mesmo?

O que é mais difícil para alguns, que, assim como eu, sofrem com o TDAH, é retornar como se essa interrupção não houvesse acontecido.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição em que seu portador possui dificuldade de concentração e é impulsivo. Todos que sofrem com ele sabem exatamente qual é aquela sensação de ansiedade, de agir por impulso e sempre sofrer por antecipação. É algo que simplesmente não podemos evitar.

E após a pandemia, pude notar como o meu TDAH afeta a minha rotina e as minhas relações, tanto comigo mesma quanto com outras pessoas com as quais convivo. Meu jeito elétrico, motivado, animado pode ser sempre confundido com uma “alegria” – o que não deixa de ser verdade, já que meu lema é viver sem neuras, mas, por vezes, é simplesmente um reflexo da ansiedade que me acompanha.

Me ambientar em uma rotina pode ser, por vezes, desafiador. Ora, esse blog poderia ser um perfeito reflexo disso: eu não me atenho a um único tema. Abro a minha vida aos meus leitores como um livro completo, em que eles podem ter um pouquinho de proximidade da minha personalidade e concepção de mundo, mas também das minhas reflexões sobre família, sobre saúde, bem-estar, alimentação e até mesmo moda! Um emaranhado de coisas que definem a Paula, mas não a limitam – é assim que gosto de pensar.

Mas não é possível apenas romantizar o TDAH. Esta é uma condição que, por vezes, me limita e impacta diretamente a minha saúde mental. Costumo pensar que deve ser muito cansativo viver sendo uma pessoa desconfiada – e penso o mesmo sobre ser uma pessoa ansiosa. Eu mal acordo e já estou pensando no meu dia. E quando me dou conta, estou naquele ritmo totalmente acelerado em que a hiperatividade parece tomar conta e nenhuma tarefa parece suficiente para preencher minha atenção.

Isso é, também, extremamente cansativo. E, exatamente por isso, às vezes eu me recolho e até mesmo as redes sociais parecem ser um pouco demais. Vivemos uma era (isso segundo especialistas, e não somente a minha opinião) do imediatismo de informações. Tudo é extremamente rápido, palatável, facilmente consumível. E, para uma mente ansiosa, isso significa um estado de eterno alerta.

E se pudéssemos, simplesmente, desacelerar? Óbvio que, para quem sofre com um transtorno, não é tão simples assim. Mas se essa fosse uma decisão coletiva, tudo seria mais simples para que pudéssemos, realmente, dar a devida atenção à nossa saúde mental, que vem clamando – desde antes mesmo desse isolamento e apreensão da pandemia – um pouco mais de cuidado.

Se você pudesse desacelerar, qual seria a primeira coisa que você faria para descansar a sua mente? Isso eu vou te responder, mas talvez apenas em uma nova reflexão sobre os pequenos prazeres de uma vida sem neuras. ♥

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