Envelhecer… É bom e eu gosto?

Envelhecer… É bom e eu gosto?

Quem gosta de envelhecer?

Essa é uma pergunta, praticamente, retórica. Todos nós sentimos o passar do tempo com alguma nostalgia da nossa juventude. Mas para mulheres, parece que essa carga emocional se complica ainda mais a cada ano que passa.

Tudo bem que ninguém nos disse que envelhecer seria bom. Parece que sempre vivenciamos um ode à juventude. “Aproveite enquanto pode” e “quem me dera ter ainda a sua idade” não são frases incomuns, todo mundo já ouviu pelo menos uma vez na vida. Mas você já parou para refletir sobre o peso que elas carregam em si?

Elas trazem consigo a ideia de que o envelhecimento é incapacitante, ocioso e triste. O que, na realidade, não poderia estar mais errado! É claro que eu não vou romantizar: com a idade, é comum a gente ter um pouco mais de dificuldade em manter uma boa condição física, deve haver um maior cuidado com a saúde e – claro – também nos sentimos mais cansados.

Mas essas características não são incapacitantes, de forma alguma. São apenas um traço do nosso amadurecimento. E, nele, existem tantas características lindas que eu gostaria de propor que boicotássemos esse padrão e começássemos a olhar para esse período da vida com um pouco mais de simpatia.

Qual foi o caso em que você soube que uma ruga, celulite ou alguns fios brancos definiram alguém? Eles são vistos com estranheza porque ainda é, numa sociedade que dita a beleza feminina, esquisito envelhecer. E mais estranho ainda é gostar disso! Por que? Por que eu não posso gostar das marcas que o tempo me deu? E se eu não gostar e quiser me sentir mais bonita, por que isso é visto como um “desespero” pela eterna juventude?

Não faça uma harmonização para parecer muito mais jovem – faça para ressaltar a sua beleza natural, respeitando seus traços e idade. Não faça academia para ter o corpo da revista – faça porque seu corpo merece esse cuidado e o exercício é um método de prevenção de doenças e um cuidado extra com a nossa saúde mental. Descanse sim e não se sinta culpada por isso – nós tivemos trajetórias intensas, ainda mantemos rotinas exaustivas e merecemos ter nosso lazer estipulado.

E vamos tentar enxergar o envelhecer sob uma nova perspectiva. Para nós, mulheres, que ainda estamos presas a um padrão jovem, sarado e cool, abraçar o nosso amadurecimento e respeitar as nossas características – que, ao fim e ao cabo, definem quem somos – pode ser um ato libertador.

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