Aborrescência realmente existe?

Aborrescência realmente existe?

Adolescência… Para algumas pessoas, essa palavra pode causar arrepios!

Apesar de esse não ser o meu caso, não tem como negar que esta é uma fase complexa de se acompanhar e participar. Afinal, nossos filhos estão em plena fase de transição, se redescobrindo e encontrando um mundo diferente e cheio de novidades. Aborrescência nada mais é que um termo para mascarar a nossa falta de habilidade para lidar com alguns momentos desse período!

Isso porque uma das maiores mudanças que vemos acontecer – e sem poder fazer muito para impedir isso – é a independência dos nossos pequenos. Obviamente que eles não se desligam totalmente da gente, mas é emocionalmente impactante ver aquelas crianças, que sempre dependeram de mim, começarem a bater asas, tomarem suas próprias decisões ou, por vezes, construírem sua individualidade em assuntos que não querem mais compartilhar conosco.

Não me entenda mal: eu sei que esse é um processo natural, pelo qual eu também passei! Mas não deixa de nos causar uma espécie de ninho vazio, em que nossos filhotes já não precisam mais tanto da gente quanto antes. E tem toda a parte biológica do processo: alterações hormonais típicas da puberdade, mudanças de comportamento e rotina e todos os processos que envolvem o desenvolvimento físico particular desta fase.

Mas esse período, na minha opinião, é a chave para construirmos uma relação ainda mais forte com os nossos filhos. Digo isso porque é nesse momento, em que eles estão construindo a sua individualidade e que somos espectadores dessa evolução, nos cabe respeitar seu espaço, ensiná-los sobre responsabilidade e acolher as divergências de opiniões, ainda que nem sempre eles estejam certos.

Digo isso porque muitos pais ouvem os seus filhos, mas não necessariamente os escutam. O que está por trás daquela opinião mais incisiva, ou de uma vontade súbita de ficar só, ou até mesmo de um comportamento mais tristonho, rebelde ou eufórico? Conversar, nessa fase, se torna um pilar essencial do relacionamento que construiremos com nossos filhos pelo resto das nossas vidas.

Como foi seu dia hoje? Como você está se sentindo? Você quer me contar sobre isso? Você gostaria de um conselho? Há algo em que eu possa te ajudar? Estou disponível para você quando precisar, tudo bem? Disponibilidade, atenção, presença… São coisas fundamentais para esses adolescentes que se encontram angustiados saindo da infância e ainda sem chegar à fase adulta, tornando-se mais responsáveis, independentes e descobrindo um mundo cheio de novas possibilidades – e novos sentimentos que eles não conheciam antes.

Não desenhe o seu filho como um aborrescente. Sempre achamos mais complicado as coisas com as quais não sabemos lidar muito bem. E nesses casos, conversar em família ou até mesmo recorrer a um profissional apto para lidar com essas questões familiares é sempre o melhor caminho. Afinal, família é uma construção diária de amor, afeto e, principalmente, compreensão do outro e todas as suas características – mesmo que elas ainda estejam sendo descobertas!

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