Mães: o primeiro lar de uma nova vida. No meu caso, de duas novas vidas. A gestação é, sem sombra de dúvidas, um momento marcante e divisor de águas na vida de uma mulher. E eu gostaria de contar um pouco a vocês sobre a minha experiência e como ela revolucionou a minha forma de ver – e viver – a vida.
Sempre fui apaixonada pela prática de exercícios físicos. Tenho plena consciência da importância do movimento para o nosso bem-estar, tanto físico quanto mental. Isso não mudou durante a minha gravidez. O Enzo e a Victória, gêmeos tão desejados desde que pensei em ter filhos, nasceram no início da minha 39ª semana de gestação. Eu treinei até a 38ª!
Mães sempre ouvem aquele “ai, come mesmo porque agora você come por dois”, mas eu não me apeguei a isso. Mesmo respeitando os meus desejos, tão naturais, e vontades da gravidez, mantive o equilíbrio e moderação na hora de me alimentar. Talvez isso tenha ajudado bastante na forma como vivi minha gravidez: de maneira muito plena, serena e sempre pensando no melhor para mim e para os meus filhos. Como eu queria que fosse o primeiro lar deles.
Foi um processo tão pacífico que, um dia, ao me sentir um pouco estranha, dirigi até o hospital e descobri já estar entrando em trabalho de parto. Os incômodos já eram as contrações. Retornei para casa, fiz nossas malas, liguei para o meu marido e fui para o momento mais importante da minha vida.
A Victória nasceu primeiro, o Enzo em seguida. Apesar da necessidade do meu pequenino ficar ainda uma semana no hospital, para ganhar peso, num geral, foi uma linda, saudável e prazerosa gestação. Construí um elo com os meus filhos muito antes do primeiro toque, beijo e colo. Foi uma grande emoção ver isso se materializar.
Mas o pós-gestação não é um período dos mais fáceis! Mesmo com a alimentação moderada e a prática regular de atividades físicas, eu ganhei 22kg durante a minha gravidez. Com o acompanhamento e apoio adequados, incluindo médico, nutricionista e educador físico, além do histórico mais saudável durante a gestação, consegui perder, em três meses, 17kg. Até nesse momento, meus filhos estavam comigo. Meu corpo voltou ao “normal”, mas não como antes.
Quer dizer, hoje eu tenho o mesmo peso que eu tinha antes de engravidar. Mas o que é considerado “normal”? Esquecemos de algo simples, mas potente: nosso corpo tem memória. Evoluímos, mas nosso corpo carrega o nosso amadurecimento e crescimento. Mudei algumas coisas para me sentir bem comigo e melhorar minha autoestima (principalmente por tê-los amamentado por um ano), mas a essência permaneceu.
Sou muito grata à experiência da maternidade. Ela me mostrou não apenas que o equilíbrio é fundamental em todos os aspectos da nossa vida, evitando neuras desnecessárias, mas o quanto é importante passarmos por transformações para nos conhecermos e termos consciência de quem somos, onde queremos chegar e por quem queremos mudar!
