Tudo passa, mas o que você faz com os sentimentos que ficam?

Tudo passa, mas o que você faz com os sentimentos que ficam?

Se alguém disser que esse nosso último ano foi fácil, estará mentindo.

O grande elefante está, ainda, na sala: enfrentamos uma pandemia global, que já se mantém por mais de 12 meses, e que tem nos feito refletir sobre diversos aspectos importantes da nossa vivência, como nossas relações, nossa saúde, nossa autonomia e, principalmente, sobre os nossos sentimentos.

Mas a pandemia vai passar. Eu sei disso, você também sabe. As coisas irão melhorar e isso não é uma questão de “se”, mas “quando”. E quando tudo isso passar, e um novo capítulo se abrir para você, o que fará com os sentimentos que ficam? Você tem realmente lidado com as suas emoções, aprendendo a identificar e compreender cada uma delas?

Entenda que nem sempre você está no controle. O primeiro passo para aprendermos a conviver com as nossas emoções é deixarmos que elas floresçam dentro de nós. Ninguém é feliz o tempo todo, nem triste. As pessoas são complexas e os momentos, tão únicos, nos tomam reações e sentimentos que nem sempre poderemos – ou devemos – controlar.

Como identificar o que você sente se você se engana, tentando suprimir aquela emoção? Como entender o porquê você está se sentindo daquela maneira, se você nega a si mesmo o direito de ter aquela sensação? Como se compreender e conhecer, quando você não consegue identificar o que te deixa feliz, triste, ansioso, raivoso ou eufórico? Você precisa se permitir, se deixar emocionar.

Está tudo bem ficar triste. Chorar todas as suas mágoas e passar o dia de pijama. Todos nós temos dias assim. Somos seres humanos, cheios de sentimentos, e nos machucamos com algumas ações. E isso é normal! Não te torna inferior, não te faz menos feliz ou menos competente. Da mesma maneira, você pode sim rir até sua barriga doer, esbanjar positividade, ter um dia super produtivo e se sentir bem em todos os aspectos. Essa gama de infinidades de sensações são suas, completam a essência de quem você é. 

O segundo passo é identificar seus gatilhos para tais emoções. Se o jornal te deixa apreensiva, deixe de assistir algumas vezes. Se um joguinho no celular te distrai e diverte, jogue. Se cozinhar te acalma, cozinhe. Mas, acima de tudo, seja solidário com o outro. Precisamos entender que estamos todos no meio dessa confluência de emoções, tentando nos conectar com quem a gente realmente é e deseja ser.

Tenha carinho pelos seus iguais, respeite suas dores, seus momentos e entenda que não estamos todos no mesmo patamar. Para alguns, é mais doloroso. Para outros, muito mais tranquilo. Mas o que nos compete é compreender que somos únicos e temos o nosso tempo. O nosso tempo de lidar com as nossas emoções, o nosso tempo de aprender sobre elas e o nosso tempo de nos curarmos para seguirmos em frente.

E, no fim, é isso que importa. Todos juntos, respeitando nossos limites, tempos e caminhadas, seguindo em frente.